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terça-feira, 14 de maio de 2013

MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSTRUIRÁ 20 CAPS E 8 UNIDADES TERAPÊUTICAS NO ABC PAULISTA


Ministério da Saúde vai investir R$ 53 milhões para a construção de uma rede de tratamento e acolhimento psicossocial no ABC paulista para o atendimento de pessoas com dependência química. Serão construídos 20 Centros de Atendimento Psicossociais (Caps) e oito unidades terapêuticas. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em cerimônia de inauguração de uma UPA 24 horas em São Bernardo do Campo (SP) no domingo (12). “Ninguém vai resolver sozinho o problema do crack. Os jovens que se perderam nas drogas precisam ter centros de saúde, igrejas, clubes de esportes para acolhê-los e dizer a eles que é possível uma outra vida”, disse o ministro.
No estado de São Paulo, há 303 CAPs atualmente, sendo 68 porte I, 84 porte II, 30 porte III, 47 infantis, 77 destinado aos usuários de álcool e drogas — quatro destes 24 horas. O porte está relacionado ao tamanho da unidade, de acordo com a demanda local. O Brasil conta com 1.981 CAPs com capacidade de realizar 40,15 milhões de atendimentos por ano. Só os Caps Álcool e Drogas (CAPSad) têm capacidade de realizar 7,8 milhões de atendimentos — número 25% superior a 2011, quando a capacidade era de 6,2 milhões.

domingo, 28 de abril de 2013

DE POSTE EM POSTE, ILUMINAREMOS O BRASIL



A República dos postes (título da matéria no Correio Braziliense hoje)

Ao abrir caminho para Padilha ser candidato do PT ao governo de São Paul, Lula quer repetir a estratégia usada para eleger Dilma e Haddad: apostar em perfis técnicos, ainda que desconhecidos do eleitorado.




O anúncio do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de que não vai concorrer ao governo de São Paulo em 2014, abrindo caminho para o ministro da SaúdeAlexandre Padilha, traduz a estratégia de velhos caciques, em especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: apostar no fator novidade associado a um forte cabo eleitoral. A ideia é fazer com que candidatos chamados no jargão político de postes se iluminem. Lula foi bem sucedido nas últimas duas tentativas. Em 2010, conseguiu eleger presidente da República pelo PT a então pouco conhecida titular da Casa Civil, Dilma Rousseff. No ano passado, contrariando os prognósticos, levou o correligionário Fernando Haddad do Ministério da Educação à prefeitura de São Paulo.


O modelo foi repetido pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, que, também em 2012, transformou seu secretário de Governo, Geraldo Julio, prefeito do Recife. A iniciativa ainda vingou na Região Norte. No Acre, os irmãos petistas Tião e Jorge Viana, respectivamente governador e senador, conseguiram eleger o prefeito Marcus Alexandre (PT), que nem sequer morava na capital Rio Branco. Agora, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), quer aplicar a fórmula em seu próprio poste: o vice-governador peemedebista Luiz Fernando Pezão, que disputará o Executivo estadual.




Segundo o cientista político da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Rui Tavares, a tendência nasceu da visão de Lula de que os tradicionais nomes do PT estavam desgastados ou não apresentavam apelo para conquistar o eleitorado. Como a gente tem problemas sérios com corrupção, existe uma imagem ruim em relação aos políticos de carreira. A percepção do Lula, de trazer nomes com perfil mais técnico, foi que essa seria uma forma de reduzir o impacto desse cansaço com a política , explica.




Para o professor da Universidade de Brasília (UnB) Rodolfo Teixeira, especialista em sociologia política, é preciso levar em conta que os velhos caciques têm, eles próprios, sofrido derrotas. No caso do José Serra, o fato de ele ter dito que não deixaria a prefeitura de São Paulo para disputar a Presidência da República e o sucessor, Gilberto Kassab, ter sido muito mal avaliado, foram determinantes , ressalta o especialista. Teixeira lembra ainda que, em alguns casos, o poste nem sempre é sinônimo de novidade, apesar da imagem vendida ao eleitor. Dilma Rousseff representava justamente a continuidade do governo Lula.





Ponderações




Com pouca visibilidade em São Paulo e com título eleitoral registrado ainda no Pará, Alexandre Padilha é a nova aposta de Lula. Algumas questões, no entanto, ainda precisam ser avaliadas. Na tarde de quinta-feira, o ex-presidente se reuniu com lideranças e prefeitos paulistas. Na ocasião, ponderou questões como a visibilidade do ministro e os tendões de Aquiles em sua gestão à frente do Ministério da Saúde, que podem ser usados por adversários. Também foram analisadas as possíveis alianças para 2014 e a aceitação de Padilhana base aliada em São Paulo. Lula espera bater o materlo em, no máximo, três meses, já que Padilha tem até setembro para trocar o domicílio eleitoral.




Padilha, assim como Dilma Rousseff em 2010, nunca disputou eleição para cargos eletivos, mas é definido por petistas paulistas como um poste iluminado . Apesar de ser de Santarém, no Pará, tem história de militância em São Paulo. E, embora esteja hoje à frente de um ministério complicado, teve bom desempenho na Secretaria de Relações Institucionais, na gestão Lula. Na avaliação de petistas paulistas, ele conta com a simpatia dos militantes e é carismático. A Dilma tinha mais um perfil de gestora do que de candidata. A simpatia e o envolvimento com as questões do país tornam mais natural pensar em Padilha como candidato , avalia um parlamentar de São Paulo.




Se o ministro poderá contar com a ajuda federal caso se lance candidato em São Paulo, no Rio, Luiz Fernando Pezão, poste de Sérgio Cabral, terá a máquina administrativa estadual a seu favor. O governador Sérgio Cabral aposta todas as fichas no vice, e acredita que a organização da Copa do Mundo de 2014 será determinante para o resultado nas urnas. Tanto que Cabral está disposto a se desentender com o PT, que deve lançar o senador Lindbergh Farias ao governo fluminense.




Glossário




O candidato poste é aquele que se ampara na influência de uma liderança para disputar as eleições. Muitos são desconhecidos do público até que o padrinho suba ao palanque e lance o nome do protegido. Atualmente, os postes têm perfil mais técnico do que político, e os bem sucedidos contam com experiência administrativa para reforçar o currículo. A máxima de que quem tem carisma elege até poste é atribuída ao falecido senador baiano Antonio Carlos Magalhães.




À sombra dos padrinhos




Confira três casos recentes de políticos praticamente desconhecidos pelo eleitorado que conseguiram ser eleitos graças ao apoio de caciques, Conheça também um peemedebista que tenta aplicar a fórmula para assumir o governo do Rio de Janeiro.




Eles deram certo




Dilma Rousseff




A presidente da República pode ser considerada o primeiro poste nacional. De candidata inexpressiva que patinava nas intenções de voto no início da campanha, Dilma contrariou as projeções pessimistas. Lula bancou a escolha e a pupila do petista bateu o tucano José Serra com 56% dos votos válidos.




Fernando Haddad




Também escolhido por Lula, Haddad deixou o Ministério da Educação para se lançar candidato a prefeito de São Paulo. Mesmo sem nunca ter disputado cargo eletivo e sem história de militância no PT, Haddad conseguiu, na véspera do primeiro turno, um empate técnico entre os três principais candidatos. Também contrariou os prognósticos e foi eleito.




Geraldo Julio




Apadrinhado do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, o atual prefeito do Recife conseguiu se eleger graças ao apoio maciço do aliado. Geraldo Júlio ainda contou com a divisão interna do PT, que, mesmo tendo disputado a prefeitura com o senador Humberto Costa, candidato escolhido por Lula, não conseguiu unir a militância.




E ele tenta o sucesso em 2014




Luiz Fernando Pezão




O vice-prefeito da capital fluminense é o candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB) à sucessão no Executivo do Rio de Janeiro. A cúpula do PMDB aposta na projeção que organizar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 pode dar ao atual grupo no poder. Pezão deve enfrentar o senador Lindbergh Farias (PT), e terá a base de apoio rachada.




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"Como a gente tem problemas sérios com corrupção, existe uma imagem ruim em relação aos políticos de carreira. A percepção do Lula, de trazer nomes com perfil mais técnico, foi que essa seria uma forma de reduzir o impacto desse cansaço com a política"












Rui Tavares, cientista político

Fonte: Correio Braziliense, por Juliana Braga