sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS MÉDICOS VEM COM OS BOATOS E NÓS MOSTRAMOS DE QUE LADO ESTÁ A VERDADE! A PROVA DE QUE O ALEXANDRE PADILHA É INFECTOLOGISTA"

Contra os boatos que circulam nas redes dizendo que o Ministro Alexandre Padilha teria exibido Certificado Falso de Residência Médica em Doenças Infecciosas e Parasitárias, a Faculdade de Medicina da USP expediu certidão comprovando a veracidade do Certificado e a AGU acionou o CRM do Pará para esclarecer a quebra de sigilo de Padilha onde disse várias mentiras que foram publicados em blogs, facebook e outras redes.


Segue abaixo nota de esclarecimento da Faculdade de Medicina da USP e, ainda, AGU aciona CRM-PA para explicaçõessobre quebra de sigilo de Padilha.

Esclarecimento - Certificado do Ministro da Saúde

A respeito do questionamento da veracidade do diploma do Programa de Residência Médica do Exmo. Ministro da Saúde Alexandre Padilha, a FMUSP esclarece que:
CERTIDÃO
Certifico para os devidos finsque o médico ALEXANDRE ROCHA 
SANTOS PADILHA 
concluiu o Programa de Residência MédicaPós-Graduação
S
enso Lato, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, conforme
ab
aixo relacionado:
• Programa de Residência Especializada de Acesso Direto em
DOENCAS INFECCIOSAS
-PARASITÁRIAS ,junto ao Departamento de
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
no período de 01 de fevereiro de1998 a 31 de janeiro de 2001.
Declaro ainda, que o Programa de Residência Médica tem carga
ho
rária de 2.880(duas miloitocentas e oitenta) horas por ano,incluindo 24 (vinte 
quatro)horas semanais de plantão e que o referido médico foi bolsista do 
pr
ograma.
programa está credenciado pela Comissão Nacional dResidência
Médica
sob número 36/95,tendo-lhe sido conferido o Título de Especialista de 
acordo com a Lei 6
.932,publicada no Diário Oficial da União de 09 de julho de 1981.
Confirmo ainda a autenticidade de expedição do Certificado de 
conclusão de Residência Médica
o qual foi devidamente registrado na Comissão Nacionade Residência Médicasob o n° 318399.
São Paulo12de julho de 2013.

Luis Yu 
Coordenador Geral
Comissão de Residência Médica -FMUSP


AGU aciona CRM-PA sobre processo contra ministro

Órgão quer explicações sobre quebra de sigilo de Padilha

A Advocacia Geral da União acionou o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) solicitando a entrega da notificação ao ministro da Saúde Alexandre Padilha em relação aos dois procedimentos abertos pela entidade contra ele. 

O órgão também quer explicações sobre a divulgação do processo que, de acordo com as normas estabelecidas no artigo 1º do Código de Processo Ético Profissional do Conselho Federal de Medicina (CFM), deve ser conduzido em sigilo.

Na terça-feira (9), o CRM-PA abriu dois procedimentos contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O primeiro é motivado por declarações dadas por Padilha em entrevista ao "Programa do Jô", da Rede Globo, no qual disse ser especialista em infectologia. Entretanto, o médico é registrado no conselho do Pará como clínico geral e não especialista em infectologista, de acordo com a entidade.

O segundo procedimento visa apuração da contratação de médicos estrangeiros para exercício da medicina no país. Segundo a assessoria de imprensa do CRM, a entidade já notificou Padilha acerca dos procedimentos. O ministro tem 15 dias para apresentar defesa. Um processo ético-disciplinar pode ser aberto contra Padilha caso ele não responda à segunda notificação prevista na legislação da entidade.

Em nota oficial, o ministro afirmou que considera "absurdo os boatos que colocam em dúvida a sua formação de especialista em infectologia". De acordo com o texto, Padilha concluiu a residência em infectologia no ano 2001 na Universidade de São Paulo (USP), o que lhe concede o título de especialista, tendo cursado dois anos obrigatórios e, ainda, um terceiro opcional. Ele é formado em medicina pela Universidade de Campinas (Unicamp).

A assessoria de imprensa do CRM-PA informou que a entidade só se pronunciará quando for notificada pela AGU.

BASTA DA MÁFIA DE BRANCO: MELAR O PROGRAMA MAIS MÉDICOS É CRIME

Os médicos já vem extrapolando todos os limites de bom senso há muito tempo.
Na minha opinião quando uma pessoa não tem caráter, é só uma pessoa sem caráter. Quando muitas pessoas sem caráter se unem, eu dou o nome de máfia. Então estamos diante da máfia de branco. 
Essa máfia de branco, porque não tem outro nome para o que estão fazendo, está promovendo ao meu ver um ato criminoso que é colocar uma mobilização nas redes sociais para boicotarem o Programa Mais Médicos, incitando a que todos os colegas se inscrevam no programa e depois não deem prosseguimento às outras etapas da seleção.
Isso é um ato, além de criminoso, irresponsável, pois estamos falando de vidas de pessoas que estão à margem da sociedade, pois não tem saúde básica por conta desses tecnocratas que se defendem atacando de todas as formas um programa que vai beneficiar milhares de pessoas em todo o Brasil.
O que querem essas pessoas que fizeram um juramento de Hipócrates e que não cumpre uma vírgula do que se comprometeram no dia de sua formatura.
Onde está o humanismo desses profissionais? Não existem. Eles dizem que é falta de estrutura, mas, eu como doadora dos Médicos sem Fronteiras, que recebo os relatórios deles mensalmente, me pego a pensar com meus botões, esses são humanistas sim. Trabalham em condições precárias, em hospitais de campanha (barracas improvisadas), sem conhecimento da língua local e isso não os impedem de fazer esse trabalho humanitário reconhecido no mundo inteiro.
Nem precisamos de ir muito longe, O Ministro Alexandre Padilha, poderia ter atuado nos grandes centros, mas, se sensibilizou e foi para o interior do Pará atender comunidades indígenas e campesinas. E os médicos dizem que ele é um homem de gabinete que não entende as necessidades da população. Mais uma mentira desses médicos que estão fazendo qualquer coisa para que a população que precisa não tenha atendimento. Ele foi onde poucos vão foi amor à profissão e à humanidade.
Os médicos poderiam muito bem seguir seu exemplo e fazer de suas carreiras uma coisa decente. Mas não, eles além de levantarem suspeitas contra o Ministro, acusarem de coisas que ele não fez, querem também que a população do interior e periferias morram sem assistência. 
Isso não é nem omissão de socorro, é um ato de extrema crueldade que deveria ser punido exemplarmente. Esse Conselho Federal de Medicina e Sindicatos e Associações para mim são formação de cartel. Quantas vezes vi por exemplo um médico com residência em anestesiologia não poder exercer sua profissão por não fazerem parte da "sociedade" de anestesiologia que fica na mão de poucos e isto estou falando da minha cidade que é uma capital pequena e a atenção em saúde básica funciona inclusive nas comunidades carentes da ilha. Mas, em sua grande maioria, os médicos de família nem são formados aqui, vem de outros estados. Então eles poderiam ser chamados de estrangeiros no meu estado, já que vieram de outros. E os médicos corporativistas não aceitam esses que na maioria das vezes só trabalham no SUS.
Eu não preciso ser da área médica para entender a conjuntura do que está ocorrendo no país. As faculdades formam tecnocratas porque os professores são especialistas e não tem interesse de formar alunos com atenção em saúde básica. São tecnocratas formando tecnocratas.
O Brasil precisa de médicos comprometidos com a humanização do SUS e não essas sociedades, sindicatos que estão se lixando se o pobre tem ou não uma saúde preventiva e reclamam da superlotação dos Pronto Socorros. Se os Pronto Socorros e a fila de espera de cirurgias eletivas existem é porque não há prevenção de doenças.
Os médicos que atendem os planos de saúde, com lista de espera de até 6 meses para consulta, nem olham para a cara da gente, vão logo pedindo um monte exames simples e de alta complexidade geralmente dizendo, faça em tal laboratório, em tal clínica específica, dos quais ou são sócios ou pelo que me parece, agora analisando, devem receber alguma coisa pela indicação. Fora que quando um representante de laboratório chega nos consultórios, são passados na frente de pacientes que muitas vezes estão há horas esperando pela consulta porque o médico geralmente está atrasado, dando como desculpa as mais esfarrapadas possíveis.
Isso é uma falta de respeito e humanidade para com o paciente. E além dessa presepada toda, agora querem boicotar a seleção do Programa Mais Médicos? A polícia federal tem que investigar, ficar em cima mesmo para que essa máfia de branco seja identificada, inquirida, processada e além de ser punida com prisão, seja condenada civilmente por danos morais e materiais quem se sentir atingido.
Tem mais, com base nessa reportagem, vou tomar as providências judiciais que acho cabíveis, pegando todos os comentários printados do meu mural e das páginas deles no facebook e entrar com um ação civil pública. Vou me informar se tem alguma associação de pacientes sem atenção em saúde básica no meu estado para dar seguimento a ações judiciais que visem dar um basta nessa situação vergonhosa.
Esses médicos deviam é ter vergonha da postura deles.


Leiam na íntegra a reportagem do Correio Brasiliense:
Médicos brasileiros se mobilizam na internet para atrasar o cronograma do governo com a importação de estrangeiros. A ideia é fazer com que todos os profissionais se inscrevam no programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal na última terça-feira (8/7). Os médicos não dariam prosseguimento às outras estapa da seleção.

Por meio de mensagem que circula no Facebook, os profissionais da saúde são orientados a fazer o cadastro no programa, e boicotar as etapas posteriores. A grande quantidade de cadastros, de acordo com o comunicado, faria com que o sistema de avaliação do programa ficasse sobrecarregada e dificultasse o processo. O atraso faria com que o Conselho Federal de Medicina (CFM), ganhasse mais tempo para conseguir uma liminar na justiça e barrar a importação dos médicos estrangeiros.
Mensagem divulgada no Facebook sugere o boicote de profissionais ao programa Mais Médicos (Reprodução)
Mensagem divulgada no Facebook sugere o boicote de profissionais ao programa Mais Médicos

Correio entrou em contato com o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico) e com o CFM - ambos negam qualquer envolvimento com o comunicado divulgado na internet. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, encaminhou na quinta-feira (11/7) ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando o acompanhamento pela Polícia Federal das inscrições no programa Mais Médicos. 

Ato Médico

As associações de médicos informaram que vão deixar as cadeiras que ocupam em fóruns governamentais, como o Conselho Nacional de Saúde. A categoria não aprovou os 10 vetos na Lei do Ato Médico pela presidente Dilma Rousseff.

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, disse que a categoria se sentiu “traída” pelas outras profissões, que apoiaram os vetos, e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha: “Os vetos mutilam e ferem de morte o projeto, mas vamos lutar para derrubá-los. Esperamos que o Congresso Nacional não se curve, já que foi um trabalho muito sério o que fizemos".

Programa Mais Médicos

O programa dá prioridade a médicos brasileiros no preenchimento de novas vagas criadas - na ausência de candidatos locais, o governo abre as vagas para estrangeiros. Os profissionais contratados receberão bolsa do Ministério da Saúde de R$ 10 mil para atuar, sob a supervisão de instituições públicas de ensino, na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do interior e em regiões metropolitanas. Também está previsto o pagamento de auxílio-deslocamento, que pode chegar a R$ 30 mil.

Fonte da matéria: Correio Braziliense edição on-line do dia 12/07/2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

MINISTRO PADILHA PEDE URGÊNCIA NA MP DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reuniu-se nesta terça-feira (9) com os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, para pedir celeridade na análise da Medida Provisória (MP) que institui o Programa Mais Médicos. A MP foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. A partir de agora, o texto será apreciado por uma comissão mista de deputados e senadores, antes ir ao plenário das duas Casas.
“Agora é o momento do debate sobre quais são as propostas do Governo Federal para levar mais médicos à população. Tenho certeza absoluta que o Congresso Nacional vai ser sensível ao pedido da população, ao pedido de quem vive numa Unidade de Saúde sem médicos, às necessidades dos prefeitos e dos governadores e também aos anseios dos médicos”, ressaltou o ministro. A MP já foi encaminhada ao Congresso.
Durante a visita, Padilha aproveitou para explicar aos parlamentares detalhes da proposta, que visa levar médicos para regiões em que há carência de profissionais. “Nos últimos meses, participei de comissões da Câmara, do Senado, e debatemos amplamente este tema. Mostramos os dados sobre a falta de médicos no Brasil”, disse Padilha, que lembrou a ampliação dos investimentos em infraestrutura das unidades de saúde. “Temos unidades de saúde ficando prontas, temos unidades prontas hoje, onde só faltam os médicos para funcionar”.
Ao detalhar a MP, o ministro reforçou a relevância do programa para a melhoria da saúde do país. Segundo Padilha, a Medida Provisória expande e estabelece regras claras para a criação de novos cursos de Medicina nas regiões onde mais se precisa, para interiorizar a formação médica no país, e ainda cria uma oportunidade para os médicos brasileiros que quiserem ir para a periferia das grandes cidades e para os municípios do interior.
O Programa Mais Médicos foi lançado na segunda-feira (8) pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelos ministérios da Saúde e da Educação, Aloizio Mercadante. A iniciativa visa ampliar a presença destes profissionais nas regiões carentes do país e ofertará bolsa de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, aos médicos que atuarão na atenção básica da rede pública.
MARCHA DOS PREFEITOS – Padilha também anunciou recursos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo país. O anúncio ocorreu durante a XVI Marcha dos Prefeitos, que está sendo realizada desta terça-feira (9) até quinta-feira (11), em Brasília.
O anúncio do ministro engloba investimento de R$ 4,9 bilhões para construção e melhorias em 17,8 mil UBS no Brasil. Desse total, 8.470 unidades já foram selecionadas, com recurso previsto de R$ 2,5 bilhões. A portaria com as obras selecionadas será publicada nos próximos dias pelo Ministério da Saúde. Todo prefeito ou secretário municipal de Saúde pode solicitar ao ministério este recurso. No ministério, está à disposição uma sala para atender prefeitos e secretários municipais, esclarecer dúvidas em relação a esses recursos. Ainda há estandes montados no XIX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que é realizado também em Brasília.
Além das UBS já selecionadas, outras 15.977 estão com as obras de construção ou reforma em execução. Para essas unidades, o Ministério da Saúde está investindo R$ 2,8 bilhões. São recursos para obras e equipamentos. Na Marcha dos Prefeitos, o ministro ressaltou a importância do Programa Mais Médicos para a população do interior do País, em boa parte dela representada no evento.  Após a abertura, Padilha ouviu solicitações e sugestões dos gestores municipais ali presentes.
A Marcha dos Prefeitos conta com a presença de mais de 5 mil participantes: prefeitos, secretários municipais, vereadores, senadores, governadores, parlamentares estaduais e federais, ministros. No evento, são discutidas questões que influenciam o dia a dia dos municípios.
UBS –Unidades Básicas de Saúde (UBS) são locais onde o cidadão pode receber atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços oferecidos pelas UBS são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica. Hoje há 39,3 mil UBS no Brasil.
Fonte: Silvia Cavichioli e Zeca Moreira, da Agência Saúde.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

QUEREMOS MAIS MÉDICOS HUMANISTAS: 2 ANOS NO SUS LHES DARÃO UMA EXCELENTE BASE PARA ISSO

nota da blogueira ao final do texto


ATENÇÃO BÁSICA

Programa Mais Médicos levará profissionais a regiões carentes

Presidenta Dilma Rousseff lança ação para ampliar capacidade de atendimento da atenção básica nas periferias de grandes cidades e nos municípios de interior
O Governo Federal lança nesta segunda-feira (8) o programa Mais Médicos, que ampliará a presença destes profissionais em regiões carentes como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Instituído por medida provisória assinada pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, e regulamentado por portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação, o programa ofertará bolsa federal de R$ 10 mil a médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde, sob a supervisão de instituições públicas de ensino.
“Talvez o maior desafio de todos é suprir a rede de saúde com profissionais em quantidade suficiente para atender com qualidade toda população. Não apenas aos que têm a sorte de morar perto de hospitais públicos de referência, UPAs 24 horas ou de pagar pelo seu atendimento. Mas atender também os que vivem nas periferias mais desassistidas, aos que moram nas cidade pequenas, nas cidades médias, aos que moram em todas as regiões”, afirma a presidenta Dilma Rousseff.  Segundo ela, o principal objetivo do programa é levar mais saúde para o interior do Brasil e regiões de maior desigualdade e, ao mesmo tempo, investir em infraestrutura. “Podemos erguer os hospitais mais equipados, mas será inútil sem bons médicos, bons enfermeiros e bons gestores”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a urgência da medida, que atende ao pedido de todos os prefeitos. “Sabemos que um médico faz diferença ao lado da população. Os municípios não podem ficar esperando seis, sete ou oito anos para que possamos levar médicos para a população brasileira. A única ideologia que devemos ter é salvar vidas e proteger pessoas”, disse. O ministro da Educação, Aloísio Mercadante, acrescenta que a contratação de médicos vem acompanhada de ações para ampliar as vagas de graduação em medicina e residência: “teremos um salto de 10% na oferta de vagas de graduação até 2017”.
As medidas integram o Pacto pela Saúde, lançado pela presidenta Dilma em reunião com governadores e prefeitos de capitais no último dia 24, que prevê a expansão e a aceleração de investimentos por mais e melhores hospitais e unidades de saúde e por mais médicos, totalizando R$ 15 bilhões até 2014. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para construção, reforma e ampliação de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 15.977 unidades básicas. Os outros R$ 5,5 bilhões serão usados na construção, reforma e ampliação de unidades básicas e UPAs, além de R$ 2 bilhões na construção de 14 novos hospitais universitários.
Para selecionar e levar os profissionais a estas regiões, serão lançados três editais: um para atração de médicos; outro para adesão dos municípios que desejam recebê-los; e um último para selecionar as instituições supervisoras.
No caso dos médicos, será aceita a participação de médicos formados no Brasil e também a de graduados em outros países, que só serão chamados a ocupar os postos não preenchidos pelos brasileiros. Dentro deste grupo, a prioridade será para os brasileiros que fizeram faculdade no exterior.
Só poderão participar estrangeiros egressos de faculdades de Medicina com tempo de formação equivalente ao brasileiro, com conhecimentos em Língua Portuguesa, com autorização para livre exercício da Medicina em seu país de origem e vindos de países onde a proporção de médicos para cada grupo de mil habitantes é superior à brasileira, hoje de 1,8 médicos/1 mil habitantes. Todos os profissionais vindos de outros países cursarão especialização em Atenção Básica e serão acompanhados por uma instituição de ensino.
Já para os municípios, será preciso oferecer moradia e alimentação dos médicos, além de ter de acessar recursos do Ministério da Saúde para construção, reforma e ampliação das unidades básicas. Em todo o Brasil, os investimentos federais só na qualificação destes equipamentos de saúde somam R$ 2,8 bilhões.
A quantidade de vagas disponíveis só será conhecida a partir da demanda apresentada pelos municípios. Todas as prefeituras poderão se inscrever no programa, mas o foco recai sobre 1.582 áreas prioritárias, em municípios de grande vulnerabilidade sendo 1.290 municípios de alta vulnerabilidade social, 201 cidades de regiões metropolitanas, 66 cidades com mais de 80 mil habitantes de baixa receita pública per capita e 25 distritos de saúde indígena.
DIAGNÓSTICO– O programa Mais Médicos é um estímulo para a ida destes profissionais para os municípios do interior e para as periferias das grandes cidades, onde é maior a carência por este serviço. O Brasil tem oferta desta mão-de-obra menor que países como Argentina, México, Inglaterra, Portugal e Espanha.
Do ponto de vista regional, a situação é mais crítica: 22 estados estão abaixo da média nacional, sendo que cinco têm menos de um médico para cada grupo de mil habitantes. Em 1.900 cidades, a proporção é menor que um médico para cada três mil pessoas, e outras 700 não têm nenhum médico permanente. Mesmo os estados de média mais elevada sofrem com desníveis regionais, marcados pela concentração nos grandes centros urbanos e carência nas periferias.
AÇÃO TEMPORÁRIA– Com a MP assinada nesta segunda, é expandida a possibilidade de concessão de registros temporários para o exercício da Medicina por estrangeiros, que ocuparão as vagas remanescentes após o chamamento dos médicos brasileiros.
Por um período de três anos, estes profissionais vão atuar exclusivamente na atenção básica e apenas nos postos a que forem designados no âmbito do programa. Durante este prazo, contarão com supervisão de médicos brasileiros e orientação de instituições públicas de ensino e terão de desempenhar jornada de trabalho de 40 horas semanais. A manutenção do visto e do registro temporário dependem do cumprimento destas regras.
Ao optar pelo registro temporário, não será preciso conceder o direito ao pleno exercício da medicina por meio do Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos), que, se aplicado, daria ao estrangeiro a permissão para atuar em qualquer parte do País. Esta hipótese, além de significar aumento da disputa de mercado com os brasileiros, não atenderia ao objetivo do Governo Federal de preencher postos de trabalho hoje ociosos em regiões carentes.
Outra medida para mensurar a qualidade da formação dos estrangeiros é a obrigatoriedade de que eles participem de módulo especial de treinamento e avaliação, com duração de três semanas, em uma universidade pública federal participante do programa, logo após a chegada ao Brasil. Durante esta etapa, professores universitários avaliarão a capacidade destes profissionais. Sendo aprovado, o profissional estará apto a iniciar as atividades no município.
 VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL

Cursos de Medicina terão mais vagas e segundo ciclo

Ministério da Educação projeta abrir 11.447novos postos de graduação até 2017; curso terá nova etapa para qualificar a formação dos profissionais
Os alunos que ingressarem nos cursos de Medicina, tanto em faculdades públicas quanto privadas, a partir de janeiro de 2015 terão novo período de formação, com a inclusão de um ciclo de dois anos para atuação na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública de saúde. 
A mudança está prevista na medida provisória (MP) que institui o programa Mais Médicos, lançado nesta segunda-feira (8) pela presidenta Dilma Rousseff e pelos ministros da Educação, Aloízio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha. Caberá ao Conselho Nacional de Educação regulamentar a decisão e definir as diretrizes do segundo ciclo.
“O pacto que hoje estamos consolidando, talvez seja o mais essencial. Trata-se de um pacto pela vida, pela saúde de todos os brasileiros, em especial dos mais pobres, daqueles que mais precisam. (...)O Brasil precisa de médicos para diferentes atendimentos, exigências e circunstâncias, precisa de médicos que atuam na atenção básica, que se dediquem a medicina que cura e que previne”, destaca a presidenta Dilma Rousseff.
Sobre a inclusão de um novo ciclo no curso de medicina, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressalta que outros países fizeram essa mudança e passaram a ofertar estágio remunerado depois da formação. “É uma forma de aprimorar a formação do profissional. Um médico, antes de mais nada, tem de ser especialista em gente. Daremos oportunidade deles atuarem junto à população e desenvolverem habilidade no cuidado integral das pessoas. E isso terá um impacto muito importante na saúde brasileira”, afirma Padilha. “Essa adaptação da graduação permitirá uma formação mais humanizada e voltada à realidade. Os estudantes vão terminar a sua formação trabalhando no SUS, com direito a bolsa e contribuindo com o povo brasileiro”, destacou o ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
Outra iniciativa que faz parte do programa Mais Médicos é a criação de mais 11.447 novas vagas de graduação em Medicina até 2017. Atualmente, o Brasil possui 18.212 vagas de graduação de Medicina. A expansão destes postos de ensino permitirá diminuir a carência de médicos, sobretudo nas regiões mais carentes. “Precisamos ampliar a oferta de formação especialmente no Norte e Nordeste do país. Vamos induzir essa nova oferta às áreas estratégicas por meio de editais públicos”, disse Mercadante.  A interiorização da formação será complementada com abertura de mais de 12 mil novas vagas de residência. “Sabemos que a oferta de graduação e residência é um fator importante para a fixação do médico. O conjunto das vagas tem de seguir única e exclusivamente a necessidade do nosso país”, pontua o ministro Padilha.
SEGUNDO CICLO- Durante o período adicional de experiência no Sistema Único de Saúde (SUS), os alunos, que permanecerão vinculados à faculdade e receberão bolsa custeada pelo Governo federal, terão uma autorização provisória para exercício da Medicina. Ao longo dos dois anos, o profissional terá de atuar em um serviço de atenção básica, que é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde, e em um serviço de urgência e emergência.
As instituições de ensino terão de oferecer acompanhamento e supervisão na atuação do aluno. Só após a aprovação nesta fase, a autorização será convertida em inscrição plena no Conselho Regional de Medicina. Como haverá recursos federais para garantir a supervisão do segundo ciclo, os estudantes de escolas particulares deverão isentos do pagamento de mensalidade.
Estes dois últimos anos do curso poderão ser aproveitados como uma das etapas da residência ou pós-graduação caso o profissional opte por uma opção de especialização do ramo da atenção básica. A medida contribuirá para fortalecer a política de educação permanente com a integração ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação superior na supervisão acadêmica das atividades desenvolvidas pelos médicos.
AVANÇO NA FORMAÇÃO- A introdução do segundo ciclo vai representar aprimoramento da formação médica no Brasil, assegurando ao estudante de Medicina experiência profissional mais próxima dos pacientes. Além disso, com a alteração curricular, é esperada a entrada de 20,5 mil médicos na atenção básica em 2021.
O modelo da nova grade curricular é inspirado em países como Inglaterra e Suécia, onde os alunos precisam passar por um período de treinamento em serviço, com um registro provisório, para depois exercer a profissão com o registro definitivo. No Reino Unido, por exemplo, o programa de treinamento é projetado para dar experiência geral aos recém-formados, antes de escolher a área da medicina na qual deseja se especializar.
A introdução do segundo ciclo como medida não extinguirá o internato, realizado no quinto e no sexto anos do curso de Medicina, período no qual ele atua em diversas áreas da rede de saúde. A diferença é que, durante o ciclo do treinamento em serviço, o estudante de medicina terá de assumir gradativamente a responsabilidade de profissional, exercendo de fato procedimentos médicos em UBS e urgência e emergência.
MAIS ESPECIALISTAS – Além do incremento no número de faculdades de Medicina, os ministérios da Saúde e da Educação anunciaram, no último mês, a abertura de 12 mil novas vagas de residência médica até 2017 – dessas, quatro mil serão abertas até 2015. O objetivo é equiparar os postos de especialização à quantidade de formandos em medicina. Assim, estará garantida a todo médico a oportunidade de se especializar ao terminar a faculdade. Hoje, só há 0,73 vaga para cada formando em medicina – são 11.468 vagas de residência para 15 mil formandos em medicina.
O financiamento das novas vagas ficará a cargo do Ministério da Saúde, que vai custear as bolsas dos estudantes, de R$ 2.976,26, valor reajustado recentemente em 24,8% como forma de valorizar o residente brasileiro.
CAFÉ COM A PRESIDENTA

Dilma Rousseff fala sobre Programa Mais Médicos

Vagas que não forem preenchidas por médicos brasileiros serão ocupadas por médicos estrangeiros apenas em cidades com estrutura adequada, destacou a presidenta durante seu programa semanal de rádio 
O Mais Médicos, plano do governo federal que visa ampliar o número de médicos no País e qualificar sua formação, foi tema do programa de rádio Café com a Presidenta desta segunda-feira (8). Nesta edição, a presidenta da República, Dilma Rousseff, detalhou alguns pontos importantes do projeto que será lançado na tarde de hoje no Palácio do Planalto.
Segundo Dilma, só vão receber médicos as cidades que se comprometerem a acelerar os investimentos para garantir uma estrutura adequada aos profissionais de saúde. “O município que participar do Mais Médicos vai ter que assumir o compromisso de acelerar os investimentos na construção, na reforma, na ampliação das suas Unidades Básicas de Saúde, porque são nas UBS, enfim, nos postos de saúde, que os médicos vão trabalhar.  Um posto bem equipado é fundamental para que o médico tenha condições de fazer um bom atendimento a quem precisa”, explicou.
A presidenta lembrou que o pacto pela saúde firmado recentemente contempla a aceleração dos investimentos já contratados para melhorar a estrutura da rede pública do Brasil. Ao todo, foram investidos R$ 7,4 bilhões na construção, reforma e compra de equipamentos para postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento e hospitais. Para o ano que vem, estão previstos mais R$ 5,5 bilhões em novas unidades.
Dilma assegurou que somente após a distribuição dos médicos brasileiros é que será aberta a inscrição para médicos estrangeiros. Segundo ela, essa será uma medida emergencial para resolver o atual problema da falta de médicos no Brasil. “Quem precisa de atendimento médico não pode esperar e é por isso que estamos autorizando a vinda de médicos estrangeiros”, disse ela assegurando ainda que somente serão aceitos profissionais credenciados. “Trata-se de uma medida emergencial para resolver um problema sério e urgente. Ninguém precisa temer, eu jamais tiraria emprego de nossos profissionais ou arriscaria a saúde da população”, garantiu.
Segundo a presidenta, o pacto pela saúde tem foco central nas medidas estruturantes que irão resolver o problema também no longo prazo. Além das 2.400 novas vagas nos cursos de medicina, Dilma lembrou que serão abertas mais 11 mil vagas nos cursos de graduação e 12 mil vagas na residência médica para formar especialistas como pediatras, neurologistas e ortopedistas, e garantiu que até o final de 2014, serão mais 6 mil na graduação e mais 4 mil na residência médica, além da construção de 14 novos hospitais, com um investimento de R$ 2 bilhões até 2017. 

NOTA DA BLOGUEIRA:  Só tem uma explicação para a revolta dos médicos e estudantes de medicina. E a falta de compromisso com a profissão e com o atendimento de atenção à saúde básica. Quando há prevenção, não precisamos de recorrer aos equipamentos ultra-sofisticados para identificar doenças com precisão. O que queremos é mais médicos que façam uma consulta honesta, faça uma anamnese cuidadosa, que incentivem aos pacientes a se consultarem com a frequência necessária para evitarem doenças futuras.
Faço aqui uma denuncia que ocorre com quem é usuário de planos de saúde. Para uma consulta a espera é de no mínimo seis meses. Quando somos atendidos, a consulta dura de dez a quinze minutos. Se é um clínico geral e eles não identificam o diagnóstico é sempre o mesmo: virose. Tudo agora é virose. Porque eles não tem uma formação eficiente em saúde básica.
Outra coisa comum em médicos de planos de saúde, quando o assunto é especialidade, mandam as pessoas fazerem um mundo de exames, claro, nas clínicas dos quais são sócios e se for o caso, as pessoas nunca sabem se é o caso, encaminham para cirurgia para qual hospital? Para aquele que ele estabelece, onde geralmente é sócio ou coisa tem um convênio. Complicada a situação dos pacientes que desses médicos dependem.
Outra situação é que a secretária sempre pergunta: é convênio ou particular. Quando a resposta é convênio ou você entra na lista de espera ou paga uma taxa de diferença entre os dois. Então, se você denuncia o sujeito e a doença é grave, você fica na mão do dele.
Esse tratamento ao qual os médicos nos submetem é criminoso e muito difícil de provar. Pois, as denuncias nos CRMs geralmente são inócuas, como eu mesma pude constatar.
Então, se os planos de saúde não os pagam bem, se o SUS não é uma opção para eles, me pergunto porque fizeram medicina?
Não dá mais para tapar o sol com a peneira do que está acontecendo com a maioria dos médicos brasileiros. Eles não tem uma formação voltada para a saúde básica. Se as Faculdades não tem a intensão até agora de ter uma grade curricular com vistas a uma formação humanista e se eles em seu corporativismo atacam todos os programas de governo porque não querem se desencastelar, fez muito bem o governo em fazer o programa mais médicos, alterar a grade curricular por ciclos, como é feito na Inglaterra e Suécia, que tem um modelo de saúde pública parecido com o nosso, ou seja, saúde para todos, pois, antigamente só quem pagava previdência tinha direito.
Apoio todos os programas de governo voltados para a saúde de todos os brasileiros. Apoio a vinda de médicos estrangeiros para que supra do déficit de médicos que é visível hoje para qualquer um que queira se informar ou precisar dos serviços de saúde básica.
Hoje, na minha cidade, onde a saúde básica pública funciona muito bem e só tenho elogios para a equipe de saúde da família, desde a agente de saúde Juliana, passando pelas psicólogas, dentistas, até à minha médica de saúde da família, a Dra. Carolina, vejo que se aqui funciona, porque há vontade dos gestores de saúde que precederam o que agora está no cargo, do Ministério da Saúde, do Centro de Especialidades, das farmácias das USB e do CRE onde são fornecidos os remédios de alto custo de uso contínuo, pode funcionar em qualquer lugar do Brasil.
Recursos o Governo Federal tem, o que falta é vontade dos médicos em serem mais médicos e menos ambiciosos e corporativistas.
Queremos mais médicos humanistas!

domingo, 7 de julho de 2013

SAIBA PORQUE O PROGRAMA DO GOVERNO DE IMPORTAÇÃO PODE RESOLVER A QUESTÃO DA FALTA DE MÉDICOS

Conheça o retrato dramático da saúde pública no Brasil e saiba por que o programa do governo de importação de médicos pode ajudar a resolver esse flagelo


Paulo Moreira Leite e Izabelle Torres
No início do ano, uma pesquisa do Ipea realizada com 2.773 frequentadores do SUS, o Sistema Único de Saúde, indicou que o principal problema de 58% dos brasileiros que procuram atendimento na rede pública é a falta de médicos. Num País com cerca de 400 mil médicos formados, no qual pouco mais de 300 mil exercem a profissão, nada menos que 700 municípios – ou 15% do total – não possuem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, 3 mil candidatos a paciente disputam a atenção estatística de menos de um médico por pessoa – imagine por 30 segundos como pode ser a consulta dessas pessoas. Na segunda-feira 8, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff assinará uma medida provisória e três editais para tentar dar um basta a essa situação dramática em que está envolta a saúde pública do País. Trata-se da criação do programa Mais Hospitais, Mais Médicos. Embora inclua ampliação de bolsas de estudo para recém-formados e mudanças na prioridade para cursos de especialização, com foco nas necessidades próprias da população menos assistida, o ponto forte do programa envolve uma decisão política drástica – a de trazer milhares de médicos estrangeiros, da Espanha, de Portugal e de Cuba, para preencher 9,5 mil vagas em aberto nas regiões mais pobres do País.
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LEITOS DESASSISTIDOS
Em 15% dos municípios brasileiros não é possível
encontrar um único profissional de saúde
Na última semana, ISTOÉ teve acesso aos bastidores do plano que pode revolucionar o SUS. Numa medida destinada a responder aos protestos que entidades médicas organizaram nas últimas semanas pelo País, o governo decidiu organizar a entrada dos médicos estrangeiros em duas etapas. Numa primeira fase, irá reservar as vagas disponíveis para médicos brasileiros. Numa segunda fase, irá oferecer os postos remanescentes a estrangeiros interessados. Conforme apurou ISTOÉ, universidades e centros de pesquisa serão chamados a auxiliar no exame e na integração dos médicos de fora. Não é só. Numa operação guardada em absoluto sigilo, o Ministério da Defesa também foi acionado para elaborar um plano de deslocamento e apoio aos profissionais – estrangeiros ou não – que irão trabalhar na Amazônia e outros pontos remotos do País, onde as instalações militares costumam funcionar como único ponto de referência do Estado brasileiro – inclusive para questões de saúde. O apoio militar prevê ainda um período de treinamento básico de selva com 24 dias de duração.
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CARÊNCIA
Famílias e regiões mais pobres sofrem mais com a falta de médicos
Uma primeira experiência, ocorrida no início do ano, é ilustrativa do que deve acontecer. Em busca de médicos para 13 mil postos abertos em pontos remotos de 2,9 mil prefeituras do país, mas reservados exclusivamente a brasileiros, o Ministério da Saúde mal conseguiu preencher 3 mil vagas, ainda que oferecesse uma remuneração relativamente convidativa para recém-formados, no valor R$ 8 mil mensais, o equivalente a um profissional de desempenho regular em estágio médio da carreira. Essa dificuldade se explica por várias razões. Poucas pessoas nascidas e criadas nos bairros de classe média das grandes cidades do País, origem de boa parte dos médicos brasileiros, têm disposição de abandonar amigos, família e todo um ambiente cultural para se embrenhar numa região desconhecida e inóspita. Isso vale não só para médicos, engenheiros, advogados, mas também para jornalistas.
O motivo essencial, contudo, reside numa regra econômica que regula boa parte da atividade humana, inclusive aquela que define chances e oportunidades para profissionais de saúde – a lei da oferta e a procura. Em função da elevação da renda da população e também de uma demografia que transformou o envelhecimento numa realidade urgente, nos últimos dez anos assistiu-se a uma evolução curiosa no universo da saúde brasileira. Formou-se a demanda por 146 mil novos médicos, no Brasil inteiro, mas nossas universidades só conseguiram produzir dois terços dessa quantia, deixando um déficit de 54 mil doutores ao fim de uma década. Num sintoma desse processo, os vencimentos dos médicos brasileiros ocupam, hoje, o primeiro lugar na remuneração de profissionais liberais, superando engenheiros e mesmo advogados.
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Nos hospitais e nos órgãos públicos, há diversos relatos dramáticos que envolvem a dificuldade para se contratar médicos, mas poucos se comparam à situação enfrentada por Henrique Prata, gestor do Hospital do Câncer de Barretos, uma das mais respeitadas instituições do País na especialidade. Nem oferecendo um respeitável salário de R$ 30 mil para seis profissionais que seriam enviados a Porto Velho, em Rondônia, ele conseguiu os especialistas que procurava. Henrique Prata explica: “Há cerca de dois anos venho notando a falta de médicos no Brasil. Hoje, oferecemos salário inicial de R$ 18 mil por oito horas diárias de trabalho, mas não conseguimos gente para trabalhar. Está mais fácil achar ouro do que médico.”
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DIAGNÓSTICO
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha:
"Temos dois problemas. Faltam médicos
e muitos estão no lugar errado"
Num ambiente onde carências se multiplicam, as famílias e regiões mais pobres sofrem mais – o que torna razoável, do ponto de vista da população, trazer profissionais estrangeiros para compensar a diferença. Até porque emprego de profissionais estrangeiros é, na medicina de hoje, um recurso comum em vários países. Na Inglaterra, 37% dos médicos se formaram no Exterior. No Canadá, esse número chega a 22% e, na Austrália, a 17%. No Brasil, o índice atual é de 1,79%. Se considerarmos somente os países em processo de desenvolvimento e subdesenvolvidos, a média nacional de 1,8 médico por mil habitantes já é considerada uma média baixa. A Argentina registra 3,2, o México 2 e a Venezuela de Hugo Chávez 1,9. Se a comparação é feita com países desenvolvidos, a nossa média cai vertiginosamente. A Alemanha, por exemplo, possui 3,6 médicos por mil habitantes. Ou seja, o Brasil tem cerca de metade dos médicos que uma nação civilizada necessita. Independentemente da polêmica que envolve a vinda de médicos estrangeiros, o fato é que faltam profissionais de saúde no País. Como tantos problemas que o Brasil acumula ao longo de sua história, a desigualdade regional tem reflexos diretos na saúde das pessoas. Com 3,4 médicos por mil habitantes, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro têm um padrão quase igual ao de países desenvolvidos. São Paulo (com 2,4) também tem uma boa colocação. Mas 22 Estados brasileiros estão abaixo da média nacional e, em alguns deles, vive-se uma condição especialmente dramática. No Maranhão, o número é 0,58 por mil. No Amapá é 0,76. No Pará, cujo índice é de 0,77, 20 cidades não têm um único médico e outras 30 têm apenas um. “Muitas pessoas acreditam que o Brasil até que tem um bom número de médicos e que o único problema é que eles estariam no lugar errado”, observa o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, que, como médico, passou boa parte da carreira no atendimento à população carente do Pará. “Temos os dois problemas. Faltam médicos e muitos estão no lugar errado.”
O empenho do governo com o projeto se explica por um conjunto de motivos compreensíveis. Um deles é a oportunidade. A crise europeia levou a cortes imensos no serviço público do Velho Mundo, jogando no desemprego profissionais de países que, como a Espanha, se interessam pela remuneração que o governo brasileiro pode pagar. Em Portugal, o movimento é duplo. Médicos portugueses se interessam por empregos fora do País, enquanto os estrangeiros, especialmente cubanos, se tornaram interessantes para o governo, pois são mais baratos.
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Com uma média altíssima de médicos por habitante (6,7 por mil), o governo de Havana tem uma longa experiência de exportação de seus profissionais, inclusive para o Brasil. Por autorização do ministro da Saúde José Serra, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, médicos cubanos foram autorizados a atender a população brasileira em vários pontos do País. Em 2005, quando a autorização de permanência dos cubanos no Estado de Tocantins se encerrou, uma parcela da população chegou a correr até o aeroporto para impedir que eles fossem embora. Em Niterói (RJ), sua presença chegou a ser apontada como um fator importante para a redução de filas nos hospitais públicos. O prestígio dos cubanos nasceu de um encontro que une o útil ao agradável. O País tem uma medicina voltada para o atendimento básico – aquele que resolve 80% dos problemas que chegam a um consultório –, embora seja menos avançado em áreas mais complexas. Do ponto de vista dos profissionais da Ilha, a vantagem também é econômica. O salário que recebem fora do País é compensador em relação aos vencimentos em Cuba e inclui uma poupança compulsória. Eles são autorizados a deixar seu País com a condição de embolsar metade dos vencimentos no Exterior – e só receber a outra parcela, acumulada numa conta especial, quando fazem a viagem de volta. Autor de um convênio que trocava petróleo por médicos, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez construiu boa parte de sua popularidade com postos de saúde nas favelas de Caracas, administrados por profissionais cubanos. O efeito eleitoral óbvio da iniciativa não anulava o benefício real da população. No levantamento de uma década, encerrado em 2006, dados da Organização Mundial de Saúde registraram quedas importantes na mortalidade infantil da Venezuela. Os casos de morte por diarreia caíram de 83 para 30 por 100 mil crianças. Os de pneumonia foram reduzidos de 30 para 16 por 100 mil.
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Ferida em sua popularidade quando faltam 16 meses para a eleição presidencial, na qual perdeu a condição de concorrente imbatível, Dilma Rousseff enfrenta a necessidade de construir uma marca própria para tentar a reeleição, pois agora o eleitor vai julgar seu desempenho, e não mais o mandato de Lula, como em 2010. Com a economia em marcha lenta e várias armadilhas nacionais e internacionais no meio do caminho, o esforço para exibir um ambiente de melhora na área de saúde pode ajudar na reconstrução política da presidenta. Com um certo otimismo, analistas simpáticos ao governo chegam a sugerir que, se for bem-sucedido, o plano Mais Médicos pode servir como alavanca para Dilma num movimento semelhante ao que o Bolsa Família representou para a reeleição de Lula, um candidato que teve o governo alvejado pelas denúncias do mensalão em 2005, mas acabou vitorioso em 2006.
A experiência ensina, contudo, que nenhuma receita eleitoral pode funcionar se não trouxer melhorias verdadeiras aos diretamente interessados. Se o Bolsa Família colocou vários bens de primeira necessidade à mesa, o Mais Médicos terá de mostrar eficiência em sua área. E aí podem surgir problemas. O governo terá 90 dias para aprovar a Medida Provisória num Congresso ressabiado diante de determinadas iniciativas do Planalto – como o plebiscito – e vários episódios hostis. Embora nenhuma passeata recente tivesse exibido uma faixa pedindo mais médicos, o que seria até inusitado, a demanda por melhores serviços de saúde dá espaço à iniciativa do governo. Ainda assim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se diz desconfiado. “Nossa ideia é dar respostas às demandas das ruas. Vamos avaliar quais são as exigências e o que pode ser feito. Não vamos desconversar e mudar o foco dessas demandas”, diz.
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REFORÇO MILITAR
O Exército foi acionado para elaborar um plano
de deslocamento e apoio aos médicos
Outra questão, até mais relevante, envolve a oposição das entidades médicas. Num esforço evidente para proteger o mercado de trabalho, elas têm combatido o programa onde podem. Foi por sua iniciativa que o governo de Tocantins, em 2005, foi obrigado a interromper o trabalho dos médicos cubanos. As associações médicas conseguiram uma sentença, na Justiça, que anulou o acordo a partir da constatação de que eles não haviam revalidado seu diploma no país e não poderiam exercer a profissão no Brasil. O mesmo argumento é colocado agora. Informados de que o governo brasileiro pretende aprovar – ou rejeitar – os candidatos a partir de seu histórico escolar e da faculdade que lhes deu o diploma, sem fazer o exame de revalidação, chamado Revalida, os médicos reagem. “A isenção da prova é um absurdo. Em vez de criar estrutura em hospitais e postos e de transformar a carreira médica em uma carreira de Estado, o governo inventou uma manobra política para fazer de conta que o problema do Brasil é a falta de médicos. Na verdade, a crise é de gestão, de dinheiro muito mal aplicado. Não faltam médicos, falta estrutura mínima para que eles trabalhem na rede pública”, diz o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Avila.
GASTOS EVITÁVEIS
Gasta-se muito no País com o tratamento das complicações de
doenças que deveriam 
ser controladas no atendimento básico de saúde,
mas não o são Em 2012, por exemplo, o governo gastou R$ 3,6 bilhões apenas
com o tratamento de complicações associadas ao sobrepeso e à obesidade.
Entre elas, diabetes tipo 2, diversos tipos de câncer (pâncreas, colorretal,
endométrio e mama) e doenças cardiovasculares
O Ministério da Saúde alega que, se aplicasse o Revalida, não poderia impedir os médicos estrangeiros de trabalhar em qualquer ponto do País – em vez de mantê-los, sob contrato de três anos, em pontos distantes do país. O debate, nessa questão, pode nunca terminar. É legítimo, como sugerem as entidades médicas, observar que o governo procura um atalho para não submeter os estrangeiros ao exame Revalida, duríssimo, que, em sua última versão, aprovou menos de 9% dos candidatos e, na penúltima, 12%. Mas também é legítimo procurar assistir imediatamente uma população que não tem direito a nenhum médico para zelar por sua saúde. Quem diz isso é Hans Kluge, diretor da Divisão dos Sistemas de Saúde Pública da Organização Mundial de Saúde. Entrevistado pela BBC Brasil, Kluge disse que a vinda de estrangeiros não é nenhuma opção milagrosa, mas pode ser útil a curto prazo.
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Embora os médicos sejam personagens centrais no sistema de saúde de um País, o debate sobre o atendimento tem um caráter político. Interessa a toda a população, que irá arcar com cada centavo do programa – orçado em R$ 7, 4 bilhões – com o dinheiro de seus impostos. Desse ângulo, como sabe qualquer pessoa que já sofreu um acidente de automóvel, um enfarto dentro de um avião ou enfrentou imprevistos semelhantes, ninguém pergunta pelo diploma de um médico que estiver por perto. Apenas agradece por sua presença única. São pessoas nessa situação que podem ser beneficiadas pelos médicos estrangeiros.
Com reportagem de Nathalia Ziemkiewicz 
Fonte: Istoé

quinta-feira, 4 de julho de 2013

MINISTÉRIO DA SAÚDE DESMENTE O BOATO DAS REDES E MOSTRA A VERDADE

#EsclareceMS | Ministério da Saúde paga todo orçamento empenhado

Tem circulado nas redes sociais um boato de que o Ministério da Saúde deixou de investir R$ 17 bilhões disponíveis do seu orçamento. Em verdade, houve apenas um contingenciamento de R$ 8,7 bilhões em 2012, mas os recursos foram disponibilizados para 2013.
Funciona assim: dos R$ 95,9 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional, na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2012, o Ministério da Saúde pode utilizar R$ 87,1 bilhões. O Ministério do Planejamento contigenciou R$ 8,7 bilhões em função da Lei de Responsabilidade Fiscal. Desses, R$ 8,3 bilhões ficaram como restos a pagar para 2013, dos quais já foram pagos R$ 4 bilhões pelo Ministério da Saúde.
Restos a Pagar são recursos empenhados, mas não pagos até o dia 31 de dezembro. Estes recursos são disponibilizados para o ano seguinte, pois já foram comprometidos. Logo, apenas R$ 320 milhões não foram utilizados, pois esse é o saldo disponível para possíveis ajustes dos pagamentos de auxílios aos servidores, gastos com pessoal, por exemplo.
  • Entenda como funciona:



















NOTA DA BLOGUEIRA: O CFM e outras entidades médicas,  noticiam que o MS saúde não teria empregado todo o dinheiro empenhado. O primeiro a colocar isso na rede pelo que vi foi o CFM. Enfim, eles querem no meu entendimento é tentar colocar o ministro Alexandre Padilha na parede. Mas, o MS em sua gestão é transparente e e como mostra a matéria acima do Blog da Saúde a verdade sempre aparece. Os médicos querem é sensibilizar a população para sua causa ou seja, que tudo continue como está, sem concorrência, que o MS se afaste de sua missão que é levar saúde para toda a população, esteja ela onde estiver. É isso que precisamos ter como foco, o MS que levar médicos para a população que está carente de tudo, os médicos, não foram formados para a saúde básica, querem equipamentos de altíssima tecnologia, para diagnosticar. E não é isso que a população precisa, o que ela quer é o bom médico de família que atenda suas necessidades.  Nas minhas andanças, ouvi de um pai que tem uma filha médica que ela não quer trabalhar no SUS e sim em grandes centros de especialidades e isso o entristece, pois ele gostaria que ela se voltasse para a verdadeira vocação de médicos, salvar vidas, começando pela atenção em saúde básica. Nessa briga de associações de classe, sindicatos e conselhos de medicina contra a contratação de médicos. Dizendo que os médicos não precisarão de ter curriculum para trabalhar aqui e inventando mentiras sobre a gestão do Ministro da Saúde, quem perde é a população. Pois, o ministro quer implantar um sistema que funcione para todos e esbarra no corporativismo. Ministro, entenda que a população está com você e contra esses médicos mercenários, sem compromisso com a missão social da profissão.  Pelo que vi, somente os médicos protestaram hoje, não tinha uma única pessoa, coxinha ou não no movimento deles.
A população agradece os esclarecimentos e aguarda a vinda dos médicos estrangeiros. O Brasil quer mais médicos. E os médicos brasileiros, com alguma exceções, não querem concorrência. Esse é o grande medo deles.



Fonte: Fernando Ramos e Jéssica Macêdo / Blog da Saúde